sexta-feira, 17 de julho de 2009

Minha Reflexão sobre a Disciplina

Que pena! Acabou o curso... No início, tive alguns atropelos por conta de viagens e problemas de conexão, mas considero que não atrapalhou meu desempenho e prazer em realizar os estudos sobre essa temática fascinante! Embora minha vida de docente esteja tomando um novo rumo em direção ao trabalho com adultos, percebo que são esses adultos que mais necessitam compreender e refletir sobre a forma como os adolescentes vivem na sociedade atual.

Logo no início do curso discutimos a questão do estudante digital, pois esses estudantes não são apenas os “nativos digitais” (adolescentes de hoje), que utilizam todo tipo de artefato e espaço virtual com a maior desinibição e facilidade, mas também são aqueles (adultos) que, como eu, somos os “imigrantes digitais”. Embora enfrentando algumas ‘’tecnofobias”, esses imigrantes digitais buscam acompanhar e compreender estes novos espaços e artefatos de forma crítica e construtiva. Nessa direção, meu percurso no curso foi bastante positivo, tanto nas leituras disponibilizadas como na interação com os colegas, à medida que fomos compartilhando trabalhos e discutindo experiências...

Não posso deixar de elogiar as temáticas escolhidas para essa disciplina e com destaque especial para a discussão sobre a construção da identidade social dos adolescentes. Gostei muito de investigar esse tema, como também a questão do “por que dos adolescentes gostarem tanto das redes sociais?” Essas investigações, além de ajudarem a entender melhor o mundo dos adolescentes, me forneceram pistas para melhor compreender o funcionamento das redes sociais e de como adotar uma postura mais crítica diante de tantas opções disponíveis.

Dessa forma, penso que a escola, os adultos em geral e os professores, não podem ficar alheios às inovações da internet. É mais que urgente e desejável que professores se apropriem desses espaços e compreendam ainda mais, como fazer para melhorar a qualidade de educação desses jovens, sem perder de vista as necessidades e exigências do currículo escolar.

Por fim, quero nesse post expressar minha gratidão às professoras Lucia Amante e Maria João Silva, pelo apoio incondicional de todas as horas. E também, aos meus colegas do Grupo Verde: Marco Vezzani, Pedro Amaral, Rui Fernandes e Sandra Souza, bem como, aos colegas da pesquisa sobre redes sociais: Ana Marques, João Monteiro e Octávio Inácio, e também, aos colegas do Grupo Rock Roll: Carla Duarte, João Paulo Curto e Marco Vezzani novamente...

Aos demais colegas, obrigada pela verdadeira colaboração na nossa comunidade de aprendizagem... Pretendo dá continuidade a esse portfólio e visitar os portfólios de todos! Visitas e comentários serão muito bem-vindos! Abraços... Josete

Textos e pesquisas



Nesse post estão os textos que deram suporte para todos os trabalhos sobre os adolescentes e as redes sociais.


Texto do Grupo 1

Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Texto do Grupo 2
Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.

Texto do Grupo 3
Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.

Texto do Grupo 4

Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Texto do Grupo 5

Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.

Texto do Grupo 6
Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

domingo, 12 de julho de 2009

Síntese dos trabalhos sobre as redes sociais

Da análise e conclusões a respeito dos trabalhos apresentados pude notar que todas as redes sociais analisadas, em geral, apresentam as mesmas características. Ou seja, a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na imagem da pessoa que a criou e na sua identidade pessoal, possibilitando que outras pessoas acessem e convidem outras para fazer parte da mesma rede. Ou seja, um amigo, que adiciona um amigo, que adiciona outro amigo que é amigo do outro. Desse modo, vai se criando uma rede de amigos que às vezes nem se conhecem direito, mas, se aproximam por meio de compartilhamento de amizades, idéias, aspirações e comunidades afins.

Nota-se que poucos trazem no texto do seu perfil mais informações sobre a personalidade e as vivências do autor. Este é um aspecto mencionando por todos os grupos. Outro aspecto apresentado foi sobre as futilidades publicadas nas páginas pessoais. Normalmente, os autores das páginas e as pessoas que as comentam são pouco reflexivas e escrevem de modo que não dá para entender.

A respeito da linguagem dos jovens, percebeu-se que esta geralmente aparece de forma abreviada ou está totalmente mesclada com imagens e emoticons. Além disso, dificilmente encontra-se uma página em que haja a preocupação em se escrever corretamente. Em todas as análises aparece essa preocupação, principalmente com relação às leituras, pois em muitas páginas pouco se faz menção a livros ou gosto por literatura.

Em contraponto a análise acima, encontramos, por exemplo, páginas de adolescentes que participam de comunidades interessantes nas quais confessam se identificar com as mesmas. Existem comunidades nas quais os adolescentes conversam entre si e elegem outras comunidades como suas favoritas. Uma porcentagem muito pequena dessas comunidades traz assuntos referentes à escola.

Aparece muito na maioria dos perfis dos jovens o gosto pela música em especial o Rock N’ Roll, Eletronic Music e Pop. Também gostam de postar fotografias e comentar umas das outras. No Orkut, por exemplo, gostam de exibir os seus álbuns e também de construir os seus “buddy pokes”, uma espécie de avatar que se comunica com o outro por meio de gestos pré construídos e oferecidos na própria página.

Por fim, outra conclusão que pudemos retirar das análises foi a de que a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na idéia de manter e fazer amigos na rede. E, as informações trazidas por todas as análises demonstram a preocupação dos educadores em encontrar uma forma de utilizar essas redes e o modo de como os jovens se apropriam das mesmas, para transformar em um recurso que seja eficaz na questão ensino aprendizagem.

Por Josete Zimmer

Os Adolescentes e o Orkut

Pelo que vimos, o Orkut é uma rede social filiada ao Google, que está no ar desde 1994, com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google. O alvo inicial do Orkut era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários estão localizados no Brasil e na Índia. No Brasil é o site mais visitado, com mais de 23 milhões de usuários. Seguido da India e Portugal, onde percebemos que é muito acessado por jovens brasileiros entre 18 e 25 anos. Na verdade, 18 anos é a idade permitida, porém há muitos adolescentes e até crianças que matem páginas na rede.

São várias as categorias existentes no Orkut, entre elas destacamos alunos e escolas; animais; entretenimento; cidades; computadores e Internet; culinária, culturas e comunidade; família; gays, lésbicas e bi; governo e política; história e ciências; hobbies e trabalhos manuais; jogos; moda e beleza; música; negócios, cidades e regiões, pessoas, relacionamentos; saúde, Bem-estar e fitness; viagens e outros.

As páginas analisadas foram de 2 meninos e de 2 meninas adolescentes na faixa etária entre 12 a 18 anos. Dentre os critérios escolhidos para análise, estão: elementos pessoais, interacções, assuntos tratados, tipo de linguagem, e até aspecto gráfico da página. Quanto ao aspecto gráfico das páginas do Orkut, estas já vêem organizadas de modo que o usuário possa personalizá-la.
Nas páginas dos adolescentes que analisamos pelo menos três deles revelam em seus perfis, posições fortes sobre o que acreditam, contam seus interesses e demonstram características pessoais. Aparentemente ninguém dá maiores informações sobre sua identidade privada, como onde mora ou estuda. Suas interações são com muita freqüência e criam depoimentos de afeto, simpatia e admiração por seus amigos. Os assuntos tratados basicamente são relacionados ao cotidiano, festas, músicas, fotos dos encontros, aniversários, actividades a realizar, comentários sobre vídeos, esporte preferido e time de futebol.

Em geral a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na imagem e da pessoa e quem é ela. Poucos trazem no texto mais informações sobre a personalidade e as vivências do autor. Em geral, os autores das páginas e as pessoas que as comentam são pouco reflexivos. Escrevem coisas fúteis, alguns deles, nem dá para compreender. A linguagem aparece de forma abreviada ou está totalmente mesclada com imagens (emoticons). O curioso é que a presença dos emoticons é muito mais visível nas páginas das meninas. Apenas uma adolescente demonstra preocupação em escrever corretamente, embora também se utilize de emoticons para ilustrar sua mensagem.

Por fim, outra conclusão que pudemos retirar das análises foi a de que a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na idéia de manter e fazer amigos na rede. Um amigo, que adiciona um amigo, que adiciona outro amigo que é amigo do outro. E outro ponto interessante é que embora não apresentem de forma concreta quais atividades escolares realizam por meio da rede, existem comunidades nas quais os adolescentes conversam, elegem outras comunidades e também, trocam informações a respeito de atividades indicadas na sala de aula. Ao contrário desse modo positivo de utilização do Orkut, pudemos verificar que há comunidades onde alunos se utilizam de palavras de baixo calão para difamar ou agredir moralmente professores e colegas.

As informações trazidas nesta análise justificam as preocupações demonstradas por todos nós que poderão ser o ponto de partida para um estudo mais focado no uso de redes sócias na escola e como os professores poderão trabalhar com essa realidade.

Participaram dessa análise:
Carla Duarte, João Paulo Curto; Josete Zimmer e Marco Vezzani

Por que é que os jovens adoram as redes sociais?

Contribuição do colega João Carrega
As respostas a esta e outras questões tentam ser feitas neste artigo, o qual começa por referir claramente que há uma percentagem elevada (e os números pecam por defeito) de adolescentes que aderem às redes sociais. E aqueles que não aderem são um de dois tipos: os que não têm possibilidade de aderir - estão desconectados, e os que se recusam conscientemente (ou porque querem protestar - todos conhecem a essência do MySpace, ou se é contra ou a favor -, ou porque concordam com os conceitos morais dos seus pais).

Indo ao encontro daquilo que também é evidenciado noutros artigos aqui resumidos, há temas que os adolescentes consideram importantes. A música é um deles, e o sucesso o MySpace passou também por aí. As bandas começaram a ter uma nova forma de comunicar com os seus fãs. Surge assim também uma oportunidade dos adolescentes terem um relacionamento com as suas bandas favoritas e, ao mesmo tempo, esboçarem uma representação pessoal numa comunidade em ascenção.

Uma comunidade que tem as suas regras e que os adolescentes querem cumprir, sob a forma de serem rotulados. O perfil surge como algo de fundamental no processo. O desejo de ser fixe é ter amigos e ser validado pelos pares. Mas não se podem ter demasiados amigos. É fixe ter amigos, mas não se podem ter muitos correndo o risco de ser visto como «prostituta» do MySpace.

Uma outra questão interessante diz respeito ao facto dos adolescentes encararem o MySpace como um espaço de adolescentes para adolescentes, o qual deveria ser vedado aos adultos. E a incursão dos adultos nesse espaço, quer por considerarem a rede pública, quer para controlarem os seus filhos, fazem com que estes desenvolvam esquemas para evitar a intromissão dos adultos, criando por exemplo contas espelho.

Posto isto, os desafios que se colocam aos adultos, sobretudo àqueles que têm responsabilidades de educar os seus filhos, passa por descobrirem como educar os adolescentes para navegarem nas novas estruturas sociais que enfrentam.

A conclusão, apresentada pelo grupo 3, revela que "devemos procurar conhecer e aprender a utilizar este novo tipo de sociedade pública online para os conseguirmos ajudar na sua difícil tarefa de construção de identidade e sociabilização".

O problema, na minha perspectiva, é que uma parte significativa dos pais ou educadores nem sequer são «imigrantes digitais». Para muitos o MySpace ou outras redes sociais são algo de complicado e longínquo, pelo que dificilmente estarão preparados para enfrentar este fenómeno e todas as suas variantes...

Bibliografia:

Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.

A tradução do texto, realizada pelo grupo 3 encontra-se no link abaixo:

Tradução por Ana Marques, Josete Zimmer, João Monteiro e Octávio Silva Inácio


Disponível em http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/forum/discuss.php?d=146479

Os Jovens procuram validação social


Contribuição Da colega Ana Margarida

A adolescência é uma fase de procura, de definição de identidade. Essa procura passa por uma identificação e aceitação entre pares e grupos. O sentimento de pertença a um grupo é muito importante nesta fase. Assim, na produção de páginas sociais e de blogues essa demonstração de aproximação a determinado grupo, pela apresentação do ”eu”, é evidente. O adolescente tem de seleccionar a informação pessoal que quer apresentar: quem é e quem quer ser na comunidade, e isto está patente nas produções online dos jovens.
Os jovens procuram validação social do leitor do seu blogue ou página pessoal. O desejo de feedback é significativo pois os jovens anseiam pela aceitação social e auto-aceitação. A criação de páginas pessoais ou blogues contribui para o sentimento de auto-estima, uma vez que propicia a auto-reflexão e introspecção através do feedback que vai obtendo e da negociação que vai efectuando com o leitor. Essa negociação é realizada através de alterações que o jovem irá fazendo, mediante indicações / sugestões do seu leitor.

Foi referido ainda que os jovens podem esconder-se atrás de um ecrã do computador ou de um telemóvel, mas até poderá ser positivo se, na utilização desses media, houver comunicação. Estes comentários fizeram-me lembrar de expressões como “idade do armário”, “idade da caixa”, usadas para definir a adolescência e que constituem indicadores do isolamento, afastamento sobretudo dos familiares, verificado nesta fase pelos jovens. A utilização de tecnologias pode facilitar o esclarecimento, a definição de determinados assuntos que os jovens se sentem constrangidos referir, desabafar. Assim, o isolamento dos jovens na utilização das tecnologias será meramente físico, uma vez que estão em constante comunicação. Há, como em tudo na vida, que saber equilibrar todas as nossas valências, para nos sabermos movimentar tanto física como virtualmente nos diferentes ambientes pelos quais vamos passando.

Os Adolescentes e o Telemóvel*

Contribuição do colega Rui Fernandes

O telemóvel é, hoje em dia, algo que os adolescentes (e não só!) não largam nas suas actividades diárias levando-o, inclusivamente, no percurso diário para a escola, como (infelizmente) dentro da própria sala de aula. Eles sabem e dominam as teclas para enviar mensagens sem olharem o telemóvel, ficam completamente obcecados pela sua utilização sistemática. Com a evolução das tecnologias introduzidas nos telemóveis, cada vez mais sofisticadas, o telemóvel permite fazer, com uma mobilidade extraordinária, quase tudo o que se deseje em termos de comunicação.
Para os jovens o telemóvel representa um pedaço de si próprios, uma forma de poderem garantir aos outros que estão sempre presentes, em qualquer circunstância ou necessidade, é uma forma de fazer com que todos possam interagir em momentos diferentes e espaços distantes.
Mas é intrigante verificar, simultaneamente, a capacidade que os jovens têm para dominar rapidamente as técnicas de utilização e as funções do telemóvel, a capacidade de concentração e alheamento do meio envolvente que demonstram quando o utilizam e, por outro lado o relacionamento que mantêm com os outros. É estranho que façam tudo para comunicar com os amigos via telemóvel e que para isso ignorem qualquer comunicação com quem está a vinte centímetros de si.
Os jovens sentem o telemóvel como uma necessidade absoluta, pois confere-lhes o "dom" de poderem estar em muitos lados ao mesmo tempo com diferentes intervenientes. E preferem muitas vezes as mensagens ou os toques às chamadas de voz. Nas chamadas de voz "perde-se muito tempo" e, para além disso, "começa-se a falar de outras coisas" que só fazem "perder tempo e dinheiro". Mas, à semelhança de adultos que telefonam a dizer "daqui a cinco minutos estou aí", também os jovens enviam mensagens a perguntar coisas insignificantes só para contactarem sem mais nenhuma motivação ou interesse particular. Só para fazerem sentir que estão presentes. Pergunta-se se não será este um acto de isolamento ou solidão... Mas não se questiona a utilidade e importância do telemóvel, muito embora seja importante, como é referido no trabalho, que sejamos nós a controlá-lo e não ele a nós, sob pena da identidade construída ser telemóvel-dependente.

* Telefone Celular (no Brasil)

http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/forum/discuss.php?d=148860

sábado, 27 de junho de 2009

O Processo de Construção da Identidade dos Adolesc...

De acordo com estudo exploratório realizado por Schoen Ferreira, Aznar Farias e Mattos Silvares (2003), a construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante na pré adolescência e adolescência. Com fundamento na teoria de Erikson (1972) as autoras concluíram que a formação da identidade recebe influência de fatores intrapessoais (capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade), de fatores interpessoais (identificação com outras pessoas) e de fatores culturais (valores sociais que a pessoa está exposta na sociedade local e global). É consenso entre os autores que a adolescência começa com a puberdade e esta é marcada pelas mudanças corporais de crescimento, alterações na pele e cabelo. O final da adolescência parece ser marcado pelas mudanças sociais, que segundo Erikson, ao desenvolver uma identidade madura supõe identificar-se com uma ocupação determinada e com um núcleo de relações interpessoais relativamente estáveis. Percebeu-se também, que cada vez mais, os pré adolescentes e adolescentes utilizam ambientes virtuais de interação e socialização, para explorar sua identidade.
Dentre os recursos online, a preferência são os weblogs, ou seja, páginas pessoais na web, conhecidas como diário virtual ou simplesmente blogue. Os visitantes de um blogue podem deixar os seus comentários e pensamentos pessoais, e assim interagir com os seus autores. Além disso, ao mesmo tempo em que o autor da postagem vê os comentários de seus visitantes, também pode fornecer uma opinião para cada comentário postado.
Os autores Huffaker, Calvert e Gender (2008), dizem que, independente da idade ou sexo, os adolescentes tendem a se sentir melhor quando podem se expressar e explorar questões que são do seu interesse. Neste caso, os blogues apresentam-se como excelentes oportunidades para que investigadores, professores, educadores e psicólogos tenham oportunidade de avaliar e refletir sobre as interações proporcionadas pelos adolescentes através desse recurso.
Por meio do blogue é possível dialogar e trocar idéias contextualizadas com o mundo contemporâneo. Esses ambientes (blogues), geralmente de caráter flexível (às vezes anônimo), são utilizados na construção, expressão e exploração das identidades desses jovens em formação.

O estudo das características da construção da identidade dos adolescentes possibilitou a reflexão dos autores sobre algumas conclusões:


a) apesar dos adolescentes terem a possibilidade de se apresentar de forma fictícia, ou anônima, estes preferem se manifestar tal como são na realidade, e os blogues representam uma extensão do seu mundo real;

b) através da observação dos conteúdos desses blogues perceberam a forma como os adolescentes do sexo feminino ou masculino se apresentam na comunidade on-line e a forma como utilizam a linguagem para expressar as suas experiências e sentimentos, tendo em especial consideração a forma como divulgam informações pessoais, como nome, idade, localização, etc;

c) Os blogues funcionam como autênticos repositórios de informação pessoal, onde os adolescentes partilham as suas relações afetivas, traços de personalidade, opiniões pessoais, etc;

d) Os blogues estimulam o acesso e a troca de inúmeras formas de contato entre diferentes utilizadores. Nesse aspecto os autores alertam para a necessidade de uma cultura de segurança perante as ameaças externas como, por exemplo, maníacos sexuais e outros aproveitadores em geral.

No estudo de Schoen Ferreira (2003), também se observou, que nas escolas, as pessoas dão mais valor ao conteúdo programático e desconsideram valores das gerações passadas que em muito, pode contribuir para a formação da identidade dos adolescentes.
Tendo em vista que os adolescentes constroem suas identidades por meio de fatores que incluem traços da personalidade, alterações, corporais, e as diversas interações com a sociedade, em muitos casos, até se identificam com modelos estereotipados de pessoas, pode se dizer que os adultos têm grande responsabilidade na tarefa de ajudar esses adolescentes a encontrar a sua identidade.

Por Josete M. Zimmer

Bibliografia:

Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003).

A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

Identidade Social dos Adolescentes

Contribuição do colega João Paulo Curto

"Sendo a tarefa mais importante da adolescência a criação da identidade (segundo a teoria psicossocial de Erikson), a internet e, em particular, a criação de páginas pessoais (PP) e os blogs, são ferramentas auxiliares na exploração e construção desta identidade, ajudando a responder a "Quem sou eu" (Maczewski, 2002).

Embora a identidade se "desenvolva durante toda a nossa vida, é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significativas" (Zacarés, 1997). Por isso, a generalidade dos autores considera positiva a construção de PP e blogs, que está ligada ao sentimento de domínio (conseguiram criar algo e podem mostrar), à exploração da identidade (independentemente das características como a cultura, o género, diferenças sócio-económicas, étnicas, etc) e, muitas vezes, ao sentido de sociabilização (com os seus pares e/ou a procura de amizades diferentes das que têm na vida real).

O processo de criação de uma PP ou blog - o processo é mais importante que o produto, ajuda os adolescentes no desafio crucial da sua auto-definição e auto-descoberta. Ajuda-os a reflectir sobre si mesmo e a terem uma visão mais exacta da sua identidade. Ajuda-os também a serem eles mesmos, na medida em que o anonimato dá-lhes a liberdade que, por vezes, não obtém por outro processo e que precisam para se desenvolverem.

Quanto caracterização, quer entre pré-adolescentes e adolescentes, quer no género, os estudos concluem que a observação de PP e blogs é um método muito viável para o estudo destas características, embora haja ainda muito trabalho a fazer. A falta de estudos abrangentes, pode ser uma das razões das contradições referidas, em particular, no estudo "Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs".

"Truth is, I do feel a bit lonely at school, of course it’s because I’m too proud to talk about boys and shopping and stuff like that… so basically I’d just sit there while they go on and on and on and on about those trivial stuff while I read my book.

Sometimes I wish there’s just one friend who would think like me."

Este texto, retirado de um blog de uma jovem de 15 anos (http://zchy.wordpress.com/2006/09/14/19th-post-lonely/) penso que demonstra o aspecto positivo anteriormente referido.

Disponivel em http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/forum/discuss.php?d=138949

Ainda sobre o Estudante Digital


Sobre a nova forma de aprender do estudante digital penso que esta é uma situação que já está posta, contudo, não necessariamente esse estudante está pronto para interagir com os professores e com o conteúdo de certo curso. É por essa razão que concordo com as colocações dos colegas no que diz respeito às mudanças que devem ser feitas, principalmente nas metodologias e estratégias de ensino. O grupo amarelo colocou de forma muito clara que é preciso redesenhar um novo ambiente de aprendizagem e identificar competências e habilidades necessárias para a aprendizagem dos alunos. Isso significa que o foco da aprendizagem está no aluno e não no professor. A diferença é que até pouco tempo o foco era o professor, ou seja, os professores eram os detentores do saber e os alunos penas receptores de informações baseadas em metodologias para transmissão de conhecimentos.
Para que a aprendizagem seja verdadeiramente focada no aluno, Palloff 2004, página 15, recomenda uma abordagem “autodirigida”, ou seja, “facilitadora” na aquisição de conhecimento. Essa aprendizagem autodirigida não é a pedagogia (ensino infantil) nem a Andragogia (ensino adulto). Palloff chama de “Eutagogia”, ou seja, o aluno digital não aprende sozinho. Embora exista toda uma gama de recursos digitais, a presença online do professor não está excluída. O diálogo e a troca de saberes auxiliam para o sucesso da aprendizagem. Ou seja, aprender colaborativamente, com o outro. Essa característica está contemplada nas apresentações de todos os grupos, com reforço no grupo amarelo que explicitou a necessidade dessas competências tanto para os alunos quanto para os professores.
Quanto a questão do preparo para o futuro, lançada pelo grupo verde (meu grupo), acredito que este preparo não está apenas no bom uso dos aparatos tecnológicos, e sim, nas estratégias de como tornar os estudantes pessoas melhores e mais preparadas para a vida com qualidade. O sucesso do estudante, digital ou não digital, a meu ver está no design instrucional da aprendizagem, ou seja, no planejamento, desenvolvimento e avaliação, tanto das atividades dos nativos digitais (estudantes de hoje), como também nos imigrantes digitais (nós, os professores).

Por Josete Zimmer

http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/forum/discuss.php?d=132661

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Glossário da Cultura Digital


Conforme orientações das professoras Lucia Amante e Maria João Silva, cada Mestrando colaborou na redação de um glossário a fim de melhor compreendermos alguns termos da cultura digital.

Eu fiquei com as palavras (Wiki, Wikipédia e Wireless Network). Segue glossário:

Wiki é uma página ou conjunto de páginas de consulta na internet, que o usuário busca informações, adiciona, edita e apaga, bem como, pode aprimorar o conteúdo ali existente. Por essas características de edição e pesquisa, um Wiki é considerado documento colaborativo, pois, a pessoa simplesmente com um clique pode fazer as modificações, como também, acessar outros links relacionados com o assunto da página. De acordo com Vieira M.F. 2008, o processo cooperativo, em um ambiente Wiki, emerge a partir da necessidade de criação de uma obra textual de interesse comum a um grupo. Os textos podem ser organizados de acordo com as deliberações dos elementos que os compõem. No uso do ambiente Wiki, todos os colaboradores têm direito de escrever e reescrever qualquer texto, desde que estejam logados com senha.

Wikipédia é a enciclopédia da Web, 2.0. Ela difere das enciclopédias tradicionais porque seu conteúdo e informações são elaborados diretamente pelo público de usuários que ao mesmo tempo em que consultam, podem também modificar, corrigir e expandir as informações disponíveis e submetê-las aos outros usuários.

Wireless Network
significa rede sem fio, ou seja, é uma tecnologia que transmite informações por meio de ondas sem fio de modo que os equipamentos enviam e recebem informações sem quaisquer conexão física.

Por Josete Zimmer

Fonte de informações:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia
http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/revista/index.php

Perfil do Estudante Digital

Segundo Palloff e Pratt 2004, o estudante digital é aquele que tem acesso ao computador, tem mente aberta para compartilhar detalhes das suas experiências educacionais, do trabalho, e até da sua vida particular.
O estudante digital ou virtual é aquele que aplica sua aprendizagem de forma contínua na vida. Tem auto motivação e auto disciplina, pensa criticamente e se compromete com as tarefas diárias. O estudante digital dedica uma quantidade significativa do seu tempo semanal para realizar seus estudos e não vê a Educação a Distância como uma maneira mais suave e fácil de obter créditos ou um diploma.
O Estudante digital não se sente prejudicado por falta de sentidos: audição ou visão. Isso porque o estudante digital é habilidoso. No caso de perda de um dos seus sentidos é possível completar seus estudos utilizando recursos do computador e principalmente da internet.
Esta é apenas uma introdução ao trabalho que fizemos sobre o perfil do estudante digital.
Nesta disciplina, Mídias Digitais e Socialização, do Mestrado em Comunicação Educacional e Multimídia, as professoras Lúcia Amante e Maria João Silva solicitaram um trabalho em grupo sobre a temática "O perfil do estudante digital". O nosso Grupo, denominado "Grupo Verde", composto por mim, pelo Marco Vezzani, Pedro Amaral, Rui Fernandes e Sandra Souza.