domingo, 12 de julho de 2009

Os Adolescentes e o Orkut

Pelo que vimos, o Orkut é uma rede social filiada ao Google, que está no ar desde 1994, com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google. O alvo inicial do Orkut era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários estão localizados no Brasil e na Índia. No Brasil é o site mais visitado, com mais de 23 milhões de usuários. Seguido da India e Portugal, onde percebemos que é muito acessado por jovens brasileiros entre 18 e 25 anos. Na verdade, 18 anos é a idade permitida, porém há muitos adolescentes e até crianças que matem páginas na rede.

São várias as categorias existentes no Orkut, entre elas destacamos alunos e escolas; animais; entretenimento; cidades; computadores e Internet; culinária, culturas e comunidade; família; gays, lésbicas e bi; governo e política; história e ciências; hobbies e trabalhos manuais; jogos; moda e beleza; música; negócios, cidades e regiões, pessoas, relacionamentos; saúde, Bem-estar e fitness; viagens e outros.

As páginas analisadas foram de 2 meninos e de 2 meninas adolescentes na faixa etária entre 12 a 18 anos. Dentre os critérios escolhidos para análise, estão: elementos pessoais, interacções, assuntos tratados, tipo de linguagem, e até aspecto gráfico da página. Quanto ao aspecto gráfico das páginas do Orkut, estas já vêem organizadas de modo que o usuário possa personalizá-la.
Nas páginas dos adolescentes que analisamos pelo menos três deles revelam em seus perfis, posições fortes sobre o que acreditam, contam seus interesses e demonstram características pessoais. Aparentemente ninguém dá maiores informações sobre sua identidade privada, como onde mora ou estuda. Suas interações são com muita freqüência e criam depoimentos de afeto, simpatia e admiração por seus amigos. Os assuntos tratados basicamente são relacionados ao cotidiano, festas, músicas, fotos dos encontros, aniversários, actividades a realizar, comentários sobre vídeos, esporte preferido e time de futebol.

Em geral a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na imagem e da pessoa e quem é ela. Poucos trazem no texto mais informações sobre a personalidade e as vivências do autor. Em geral, os autores das páginas e as pessoas que as comentam são pouco reflexivos. Escrevem coisas fúteis, alguns deles, nem dá para compreender. A linguagem aparece de forma abreviada ou está totalmente mesclada com imagens (emoticons). O curioso é que a presença dos emoticons é muito mais visível nas páginas das meninas. Apenas uma adolescente demonstra preocupação em escrever corretamente, embora também se utilize de emoticons para ilustrar sua mensagem.

Por fim, outra conclusão que pudemos retirar das análises foi a de que a maioria das páginas se baseia fundamentalmente na idéia de manter e fazer amigos na rede. Um amigo, que adiciona um amigo, que adiciona outro amigo que é amigo do outro. E outro ponto interessante é que embora não apresentem de forma concreta quais atividades escolares realizam por meio da rede, existem comunidades nas quais os adolescentes conversam, elegem outras comunidades e também, trocam informações a respeito de atividades indicadas na sala de aula. Ao contrário desse modo positivo de utilização do Orkut, pudemos verificar que há comunidades onde alunos se utilizam de palavras de baixo calão para difamar ou agredir moralmente professores e colegas.

As informações trazidas nesta análise justificam as preocupações demonstradas por todos nós que poderão ser o ponto de partida para um estudo mais focado no uso de redes sócias na escola e como os professores poderão trabalhar com essa realidade.

Participaram dessa análise:
Carla Duarte, João Paulo Curto; Josete Zimmer e Marco Vezzani

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